António João Carixas, candidato pela CDU à Presidência da Câmara Municipal da Amadora
Estar aqui, nesta Casa, na apresentação da lista dos candidatos da CDU à Assembleia de Freguesia da Venteira, é uma grande honra.
Mas, é mais do que esse sentimento. É emoção, e forte !
Pelos bons anos que vivi nesta Casa. Aqui funcionou o Centro Cultural Roque Gameiro. Foi aqui que conheci o João Cravo e muitos outros amigos dedicados à cultura.
Emoção forte, também porque foi na Freguesia da Venteira que desempenhei os meus primeiros cargos autárquicos.
Foi na Freguesia da Venteira que descobri a frase simbólica que orienta a minha actividade política. “ A Venteira, o meu lugar. O 25 de Abril, a minha data”. Um lema retirado do título do texto que a Junta de Freguesia editou, em Abril de 1999, quando a cultura era respeitada e valorizada.
Foi escrito pela amadorense Manuela Mota, a pretexto da sua participação num dos inesquecíveis convívios que a Junta de Freguesia promovia para comemorar a data memorável do 25 de Abril de 1974 .
Foi na Freguesia da Venteira que encontrei grandes autarcas, com quem aprendi muito. É uma honra pessoal e é um dever cívico mencionar os amigos Silva Martins, José Caeiro, Ernesto Fernandes, Joaquim Marques e António Nunes.
Neste bom momento, evocar quem soube honrar o serviço público e o poder local democrático, não gostaria de falar da meia dúzia de pessoas que tomaram conta da Junta de Freguesia. De pessoas que têm destruído o trabalho daqueles que dedicaram, sem interesses pessoais, muito tempo a construir a Venteira.
Mas, camaradas e amigos, a Câmara Municipal também tem abandonado a Venteira.
Qual tem sido a intervenção da Câmara Municipal na Freguesia? Muito pontual. Não dá resposta aos principais problemas.
Não há boas relações entre as duas autarquias, nem pessoais, nem institucionais. Mas, quem fica a perder é a Freguesia. As pessoas são as prejudicadas.
Temos uma Junta que é ignorada pela Câmara Municipal. É até a única Junta que não tem protocolo de descentralização de meios mecânicos e financeiros com o objectivo de melhorar a limpeza pública. Apesar da preocupação de limpar as ruas centrais, o resultado é lamentável. A recolha do lixo e a limpeza das ruas pioraram.
O sentimento de insegurança aumentou de tal modo que a própria Câmara teve que enjaular a pérgola do Parque Delfim Guimarães. Apesar dos problemas de segurança não se resolverem apenas com mais meios policiais, lamentamos que o Posto da PSP na Estação da Amadora continue fechado. Seria um meio preventivo útil, de policiamento de proximidade. Numa Freguesia com um número de idosos considerável, o que fez a Câmara Municipal ? A URPIA, a União de Reformados, Pensionistas e Idosos da Amadora, continua a ouvir as promessas da Câmara Municipal, que os vai apoiar na instalação de lar.
E a Junta de Freguesia, o que faz no sentido de apoiar os idosos? Com a cumplicidade da Câmara, a Rede Social da Freguesia não funciona há muito tempo.
A dinamização de actividades de recreio para idosos são importantes. Fazer passeios, ir a espectáculos é bom para o lazer. Mas deveria ser prioritário uma verdadeira promoção de programas de apoio, especialmente,aos que mais precisam, os que têm magras pensões, para os que estão mais dependentes socialmente.
Programas que passam por alargar, substancialmente, o apoio domiciliário, a nível da alimentação, dos cuidados de saúde, das pequenas obras na residência.
Leiam as promessas eleitorais do PS e do PSD, há 4 anos, e vejam as diferenças nesta área, como em muitas outras. Há um grande fosso entre o que foi prometido e o que foi cumprido. Os exemplos de promessas são muitas. Poderíamos falar de projectos que já tinham sido planeados na gestão CDU, e que não foram feitos, como, por exemplo, a construção do Parque Desportivo da Serra de Carnaxide, o desnivelamento do nó do Borel, a ligação definitiva entre o IC 19 e a Rua Elias Garcia.
Outro exemplo: o Cine-Teatro Lido, ali está à espera do seu destino, provavelmente, a demolição. Outro exemplo da falta de capacidade em resolver os problemas. O Espaço Delfim Guimarães está frequentemente encerrado, sem projecto. Um espaço central na Freguesia e no centro da Cidade está abandonado. É esta a ideia de cidade do PS.
O Pavilhão José Caeiro, repito, Pavilhão José Caeiro, porque a Câmara Municipal continua a não honrar o compromisso de colocar a nova identificação, encontra-se num estado de abandono. Há má gestão da Junta de Freguesia, mas há também desleixo por parte da Câmara.
Ameaça, agora, a vereadora do pelouro que vai retirar a gestão à Junta. A questão central não é afastar a Junta. A questão é, Câmara e Junta, assumirem, em conjunto, as suas responsabilidades.
As colectividades precisam de um equipamento em condições para praticarem a actividade desportiva. E que estejam isentas do pagamento de taxas de utilização.
Outra medida que prejudica os moradores da Venteira: o funcionamento dos parquímetros. A Venteira é a única Freguesia que tem um sistema de estacionamento pago. Que foi imposto para viabilizar o acordo com uma empresa.
Que prejudica os moradores, que deveriam estacionar as suas viaturas livremente, em qualquer rua, em qualquer faixa. Alguns vão dizer que a Câmara fez obra na Avenida Santos Matos e na Rua Gago Coutinho. No nosso entender, não se tratou de uma requalificação. Olhem para os painéis publicitários da Câmara e vejam o que foi efectivamente feito. Houve arranjos, com materiais de duvidosa qualidade, que , passado pouco tempo, já revelam uma grande degradação. Os remendos, do que foi mal feito, são constantes. O centro da Cidade merecia outra valorização. A exigência e a qualidade devem ser critérios do serviço público. Houve dinheiro público gasto. Sim, é verdade, este ano, a Câmara Municipal requalificou a Praceta 11 de Setembro, reformulou o parque infantil da Praça de Angola. Mas, é pouco, muito pouco para 4 anos de mandato. As promessas foram muitas. O descrédito da política começa aqui: promete-se, mas não se cumpre o prometido. Podiamos ainda falar do atentado feito pela Junta à Biblioteca José Régio. Foi um atentado à Memória e à Cultura. Foi um atentado prepotente, irresponsável e obscurantista a José Régio, à sua Família, à Cidade e aos autarcas que, há 28 anos, quiseram honrar o grande escritor. Um atentado feito por meia dúzia de pessoas, que estão de passagem pelo poder.
Camaradas e Amigos, Estamos num ano de eleições, que podem abrir as portas a novos ventos, estes de verdadeira mudança. Uma mudança no país, na Amadora e na Venteira. As eleições para o Parlamento Europeu constituiram um importante avanço no caminho da construção de alternativa de esquerda à política de direita seguida pelo PS, em alternância com o PSD e com o apoio do CDS.
A boa votação na CDU deu-nos, também na Amadora, o ânimo e a confiança da possibilidade de mudar a direcção do Município e da Freguesia. Apesar dos grandes meios que o PS tem, perdeu as eleições. Perdeu na Amadora mais de 11 mil votos. Uma grande perda eleitoral que, ainda hoje, assusta os dirigentes da sua Comissão Concelhia. Todos sabemos que a tarefa não é fácil. Os meios utilizados pelo PS e PSD, em recursos financeiros e o apoio da comunicação social são fortes. Vão deturpar as nossas propostas. Vão ignorar ou omitir o nosso projecto. Vão criar o artificialismo do bipartidarismo, que apenas há dois partidos em alternância, o PS e o PSD. Também na Amadora, nestes últimos 4 anos, em matérias substanciais, como os planos e orçamentos da Câmara e das Juntas de Freguesia, o PSD esteve de acordo com o PS. Foram cúmplices. Agora, vão tentar mostrar as suas diferenças.
Queremos melhor exemplo, que aquele que aconteceu na Junta de Freguesia da Venteira. Haverá algumas componentes pessoais na situação, alguma ambição caseira, mas houve, principalmente, o cumprimento do acordo entre o PS e o PSD para ocuparem os lugares dirigentes do Município e das Freguesias, e consequentemente para a Junta da Venteira. Estar no poder é mais importante para o PS e o PSD do que as políticas que se possam fazer, dos que os arrufos de namoro. Houve muitos acontecimentos, lamentáveis muitos deles, que poderiam ter levado o PS a romper o acordo. Ambos, PS e PSD tiveram medo de eleições antecipadas.
Na Amadora, o PS teve 4 anos para cumprir o seu programa eleitoral. Mas, só agora, a poucos meses das eleições, se apressa para fazer alguma coisa. A obra no Parque Central da Amadora é para encher o olho. A Câmara vai esbanjar milhões que podia gastar em obras mais urgentes e necessárias. O Parque Central precisa, e há muitos anos, de obras de manutenção e valorização. Não precisa de ser destruído. Tal como o Parque Delfim Guimarães.
Esta situação de abandono da Venteira, numa Amadora que parou no tempo, não pode continuar. É preciso outra política e não mais do mesmo. E só podemos romper com esta alternância, entre o PS e o PSD, se a CDU for reforçada. A CDU tem que crescer nos locais de trabalho, nos bairros, no número de votos.
Temos que informar as pessoas, avisar toda a gente, como dizia o poema, que o PS no Governo e na Câmara Municipal afectaram a qualidade de vida dos Amadorenses. Temos um projecto alternativo. Somos diferentes, embora alguns tentem passar a ideia perigosa para a democracia “que são todos iguais”. Não estamos na Junta da Venteira por que não quisemos. A Venteira é o maior exemplo da nossa maneira de estar diferente na política. Não abdicámos dos nossos princípios a troco de um lugar. Não nos movem ambições pessoais, nem seguir uma carreira política. A razão da actividade política do activista da CDU é outra. Na CDU não há benesses e facilidades a distribuir pelos candidatos a um cargo público. O compromisso que assinamos é com a força política e com a população que nos elegeu. O compromisso exige que prestemos contas da nossa actividade.
O compromisso exige Trabalho, Honestidade e Competência.
O PS e o PSD, durante 4 anos, foram cúmplices e geriram a Junta de forma prepotente, na base de uma maioria artificial. Destruiram serviços que tinham qualidade, equipamentos e actividades que tinham dado projecção à Freguesia. Eram apreciados os seus Ateliês, a sua Biblioteca José Régio, o seu serviço social. Deixaram degradar os espaços verdes, o Pavilhão José Caeiro. Prejudicaram trabalhadores da Junta, chegando a pôr em causa a sua dignidade como profissionais. Desbarataram bons recursos humanos e técnicos. Tantos e tantos exemplos que , infelizmente, não são do conhecimento público, da grande maioria das pessoas da Venteira. As próximas eleições legislativas são uma nova oportunidade para derrotar estas situações e estas políticas do PS, do PSD e do CDS.
Amigos e Camaradas,
A questão decisiva : transformar a CDU na força e na vontade de todos os aspiram a uma verdadeira mudança nas suas vidas. Quanto mais larga for a votação na CDU, nas eleições legislativas e nas autárquicas, mais seguros serão os caminhos para construir uma alternativa ao actual estado de coisas. Neste caminho, queremos a contribuição de todos os que querem romper com as políticas do PS,PSD e CDS. Queremos que debatam connosco as propostas para o programa eleitoral. Os exemplos de luta e determinação dos trabalhadores da Sorefame, da Pereira da Costa, dos moradores da CRIL, dos pais das crianças do Jardim de Infância e dos alunos do 1º ciclo que impediram o encerramento da Escola de A-da-Beja devem orientar e dar confiança que é possível mudar.
O caminho será difícil.
Vamos continuar o trabalho de informação e esclarecimento.
Com mobilização e trabalho,
Sim, é possível, uma vida melhor!
Sim, é possível, uma Amadora melhor!
Sim, é possível uma Venteira melhor !
Viva a CDU ! Viva a Venteira ! Viva a Amadora !